segunda-feira, 30 de junho de 2014

Pérola


Cada ostra é que sabe as dores que lhe causam 

a confecção de tão belas pérolas. 
Faço-me irmã da ostra. 
Vejo suas pérolas, sinto suas feridas. 
Angustio-me com a imagem da beleza que emerge da dor. 
E o grande valor que elas têm, as pérolas, 
não o é para proveito da ostra, 
pobre moribunda!
Senão para outros, 
que apenas as colhem, de graça, 
herdeiros do bem excelso, 
produto das aflições que moldaram com perfeição 

a esfera preciosa. 

Sabedoria insondável do Criador,

e fúnebre este desfecho:
que o amor e a vida precisam, via de regra,
produzir pérolas... 
em ostras,
ou em outras,
pessoas 
como nós! 

Ci.le.i.de  -  em 02.06.14

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