quarta-feira, 5 de junho de 2013

Adoração


Em sua solidão angustiante, uma felicidade atrevida atravessava-lhe a alma. Com os olhos voltados ao céu, buscava as estrelas para uma cumplicidade cósmica, como se elas pudessem transmitir o seu recado, dizia como numa oração: agora sou eu que peço, não muda, meu amor, és perfeito exatamente assim como és: um anjo, quase um príncipe, um cavalheiro... não, mais que isso, és um deus!

Desejava ardentemente que ele pudesse sentir, naquele momento, o ritmo das batidas do seu coração, a temperatura das suas lágrimas resultado daquela alegria estranha. Sonhava com o toque suave e nervoso das suas mãos no rosto dele, como se não pudesse crer que estaria tocando num deus... Invariavelmente, seu amor beirava a adoração. Era somente assim que sabia amar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo Texto!!