sábado, 11 de abril de 2009

O mal que não quero, eu faço!

Quantas vezes já aconteceu de nos metermos em certas situações que jamais imaginaríamos, nem nos nossos mais loucos delírios?
Pois é, isso acontece com todo mundo, creio eu. Mais cedo ou mais tarde, um belo dia você se vê dentro de uma cena da sua vida que mais parece um capítulo de novela mexicana com todo seu tom dramático e sensacionalista. É uma confusão tamanha que quando você repara no que está acontecendo, se pergunta: Como eu vim parar aqui? O que é que eu estou fazendo? E o pior, você tem a mais plena consciência, que foi você que causou o reboliço. Eita vidão! Somos pegos em cada artimanha, sem piedade, nas esquinas da existência...
Assim tem ocorrido comigo nos últimos dias... Já dizia o apóstolo Paulo: Porque sei que nenhum bem habita em mim, isto é, em minha carne. Pois o querer o bem está em mim, mas não o fazê-lo. Porque não faço o bem que quero , mas o mal que não quero, este eu pratico. (Rom 7:18,19) Dura realidade!
Alguém aí sabe do que estou falando? No início, são pequenas atitudes, pequenos desvios que parecem coisa sem importância, é uma palavra mal-dita ou seria maldita mesmo? Quando começamos, nem tínhamos a intenção de provocar a confusão, de abrir feridas nos outros e em nós, de causar iras, mágoas profundas, ódio, vingança, decepções... amizades destruídas, casamentos desfeitos, irmãos divididos... Vidas abaladas!
Quem imaginaria que um palitinho de fósforo incendiaria uma floresta? Quem diria que uma brechinha faria arrebentar toda uma represa? É, não pesamos as consequências... Não temos essa boa mania de avaliar antes, os estragos que causaremos, se simplesmente acendermos um palitinho inofensivo e jogarmos ao chão repleto de folhas secas...
Hoje, colho as cinzas que restaram. A desolação que ficou. É uma estranha sensação de culpa; de arrependimento; de desgaste por não se perdoar; daquele velho pensamento: ah, se eu pudesse voltar atrás, seria tudo diferente.
O fato é: não podemos voltar atrás. Não há nada que façamos que volte as horas, os dias... Temos que aprender a conviver com isso, com a perda, com os destroços, com o feio que está em nós. Que essa idéia nos agrade, ou não! E, sinceramente, não me agrada nem um pouco!
De qualquer forma, ficou a lição, o ensinamento, que a duras penas tive que aprender. Ainda dói, dói demais, na verdade, a rejeição, o desprezo, a vingança por parte de quem se ofendeu. E se sentimos a dor partindo o coração, apunhalando a alma sem piedade, é porque aqueles a quem ferimos estão lá dentro de nós... Sim, eles moram em nossos corações. São aqueles que mais amamos! Mas, que amor é esse que fere? Que agride? Penso que, no dado momento da crise, o amor estava como que anestesiado por alguma droga potente como: egoísmo, ira, ódio, orgulho, presunção, luxúria, mentira... Sei lá; esse mercado das drogas é vasto.
Agora, sonhando com um, quem sabe, talvez, utópico futuro perdão, eu cito um trecho de uma canção do meu querido irmão poeta Sérgio Lopes:
"Se eu te machuquei, reconheço que errei
eu agora percebi quanto mal eu te causei
Como vou falar de amor, se eu não souber amar
eu preciso de você para me ensinar
Eu me arrependi, e revelei meu coração
agora é a sua vez de me ensinar uma lição
preciso de você pra conhecer a dor...
ou conhecer a força do perdão..."

Dedico este texto a um amigo - se é que posso chamá-lo assim - a quem afastei de mim por não me vigiar, por me deixar levar pelo mal que está em mim. Amigo, apesar de mim, eu ainda o amo em Cristo. Você é importante para minha vida, e espero confiantemente que eu ainda possa ser importante pra você!

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