De ambiguidades, de polaridades, de obscuridades estamos cheios. Ou seria, estamos/somos esvaziados? Pois a cada dia mais, creio que as coisas que são, são aquelas que trazem bem e vida para a vida-existência do ser humano. As coisas que destroem, anulam, esvaziam são justamente as que não são. E como nós teimamos em não ser, ao invés de ser. É... Ser ou não ser? Eis a questão!
Difícil de entender? Vejamos, o que é e o que não é: a luz é o que é, a escuridão é o que não é. A escuridão em si mesma é nada. A luz é. Onde a luz chega, as trevas se dissipam. É assim que é. Crê-se que assim também é com o bem e o mal. O bem é o que é. O mal, é a ausência do bem. Se há bem presente, porque o mal sobreviveria? Bem, aqui tenho minhas dúvidas, pois Deus criou a ambos. Mas isso é tema pra outra ocasião...
Creio que Jesus nos chama à consistência de tudo que é, e essas coisas são justamente o que tem a ver com vida, com graça, com luz, com amor. Mas, não, nós não queremos. Desprezamos a árvore da Vida que é Vida, e queremos descobrir os 'mistérios' do desconhecido, das obscuridades, só pra ficar sabendo e conhecendo o que não é, e o que não somos ou deixamos de ser. Desde o Éden, nós firmamos nosso olhar e desejos naquilo que não é, ou seja, no que nos traz morte. A Árvore da Vida significava SER, a do Conhecimento do Bem e do mal, NÃO SER.
Escolhemos não ser. É, somos suicidas mesmo! Assim, fomos imersos na escuridão e ficamos à mercê de todas as mazelas que dela decorrem. E é nesse 'tatear' em meio à escuridão, que nos preocupamos com tropeços em pedras, com prováveis quedas, com possíveis buracos que venham a nos tragar. Trocando em miúdos, nos preocupamos com o que é certo ou errado, com a lei e o pecado, com o que nos mata ou poderia nos matar! O medo é nosso guia. A vergonha é nossa companheira de viagem. A morte é a nossa pseudo-certeza.
Mas há um Evangelho a ser pregado, há uma Graça a ser conhecida, há a Boa Notícia a ser anunciada: A morte foi tragada. Ela foi engolida pela Vida. A morte torna-se uma preocupaçãozinha tola para quem tem a Vida habitando dentro de si. A Vida tomou a todos e os resgatou de volta ao seu Criador! A Luz veio ao mundo, iluminar a todo o que crer, e mostrar que o Caminho é apenas o Caminho para se chegar lá, e não pode ele, o Caminho, nos levar a outro fim, que não seja o Pai. O lugar de onde nos estraviamos, de onde e de quem nos destituímos. A todos quantos receberam esta luz, já não tem como caminhar em trevas, elas simplesmente se dissiparam. Agora, é a fé quem nos guia. A pacificação vai sendo a companheira da viagem. E a Vida Eterna é nossa certeza tanto quanto o chão em que se pisa.
Assim, o que quer que seja em mim, que expresse sombras, obscuridades, coisas que não são, precisam ser trazidas para a Luz, para que se manifeste o que é. E o que é, será sempre bom, ou ao menos, sendo mau será bom o bastante para que se realize o bem em mim. Isso é andar na Luz. Isso é andar no Caminho-Luz-Jesus.
Eu, Nele, que é o EU SOU O QUE SOU e a Luz do mundo.
Cileide